sexta-feira, 6 de junho de 2014

Bio Brazil Fair 2014, uma experiência no universo orgânico

Responsabilidade ambiental, consumo consciente, sustentabilidade e produtos orgânicos, atualmente, são termos que fazem parte do nosso dia-a-dia, seja na mídia ou em espaços públicos, há sempre uma referência a cuidados com o meio-ambiente. Podemos encontrar desde serviços de sinalizações que alertam e educam a população em parques, praças e praias, assim como, inúmeros itens nas gôndolas de supermercados cheios de opções de produtos orgânicos para quem têm um estilo de vida mais saudável e que leva em consideração, a preocupação com a preservação da natureza. Essa semana, entre os dias 04 e 07 de junho, está acontecendo em São Paulo, a Bio Brazil Fair, a maior feira de negócios, na América Latina, no segmento de produtos orgânicos. Durante quatro dias, os principais produtores, fabricantes, distribuidores e importadores do universo orgânico, se encontram para trocas de informações, atualização profissional e relações comerciais. A parceria da Bio Brazil Fair com a BIOFACH, a maior feira do setor, no mundo, colocou o Brasil no calendário internacional de feiras do setor. O VDNN esteve lá no prédio da Bienal, no Parque Ibirapuera em São Paulo, para acompanhar de perto as novidades e averiguar de que modo alguns produtores e fabricantes gerenciam os recursos hídricos nos seus processos de produção. Afinal, a utilização correta desse recurso natural configura uma das pautas mais importantes do momento, diante de tantas catástrofes naturais relacionadas a escassez desse elemento essencial à vida, na Terra. Nos corredores pude perceber, pela quantidade de expositores, a diversidade de produtos em vários segmentos como alimentação, beleza, fitness, medicamentos, moda, bebidas em geral, além de limpeza e higiene pessoal, fiquei surpreso com a quantidade e qualidade dos produtos oferecidos pelas empresas participantes. Um dos produtos lançados na feira e que mais me chamou atenção, foi o creme dental, Orgânico Natural, produzido pela Suavetex, o primeiro a ser produzido na América Latina com características cruelty free 100%, ou seja sem testes em animais, com extratos vegetais, livre de corantes, conservantes artificiais e com embalagem biodegradável. Na fórmula do creme dental contam 95% de ingredientes orgânicos e sustentáveis e somente 5% de ingredientes sintéticos, tudo certificado pela Ecocert, a maior certificadora do mercado de produtos orgânicos e sustentáveis. Um outro diferencial curioso do produto é a substituição do flúor pelo xilitol, um material natural e que contém as mesmas qualidades bacteriostáticas, como me explicou, Alberto Nogueira, gerente comercial da marca. O creme dental Orgânico chegará às prateleiras das lojas do segmento orgânico e em seguida, nos supermercados e farmácias, no segundo semestre, em agosto desse ano. Quanto à preocupação com os recursos hídricos, Alberto Nogueira, disse que esse é um dos requisitos básicos que a empresa se empenha em priorizar, a utilização inteligente da água. Ele me contou que, "há uma estação de tratamento, na unidade de Uberlândia, com padrões de indústrias de medicamentos, que permitem inclusive ser injetadas, não a utilizamos para essa finalidade, mas isso demonstra o nível de comprometimento e certificação no nosso processo. A economia que fazemos é utilizando essa água tratada nos processos de limpeza e sanitização, onde não utilizamos química e sim essa água potável purificada a 86 graus centígrados. No segmento beleza, a Bioart, outra marca genuinamente brasileira, trabalha com maquiagem e cosméticos orgânicos, cria e oferece produtos também certificados pela Ecocert. Os ingredientes são produzidos respeitando os princípios da sustentabilidade, se preocupando também com as questões sociais. As argilas, principal matéria-prima, de alguns produtos, são extraídas de forma consciente e as pessoas envolvidas nos processos de extração são beneficiadas em cooperativas de reciclagem de resíduos sólidos, que produzem durante o trabalho ou em suas residências. Em relação à água, a marca que fabrica xampus e sabonetes, além de outros produtos, por não utilizar, em suas composições, nenhum ingrediente que agrida o meio-ambiente, fica muito menos honeroso, para os órgãos competentes, os custos de tratamento da água que é utilizada na produção, assim como a utilizada pelos consumidores, a água consumida nos banhos das pessoas que nos consomem, não chega tão contaminada às estações de tratamento, nos contou, a diretora comercial da marca, Suzane Japur. Durante o primeiro dia de visitação à feira, pude perceber que a certificação dos produtos é o requisito mais importante, pois é com esse documento que os produtores podem atestar suas procedências, garantindo os selos de qualidade, além de outros, que se referem aos processos de produção e utilização corretas dos recursos naturais. É a certificação que dá segurança ao consumidor de que aquele produto não causará danos à sua saúde. Além disso, percebi que as embalagens, assim como as campanhas publicitárias estão mais arrojadas para conquistar e fidelizar os variados tipos de público, extremamente exigentes em termos de qualidade e apresentação. Bio Brazil Fair Localização Pavilhão da Bienal do Ibirapuera Parque do Ibirapuera, portão 3 Av. Pedro Alvares Cabral, s/n São Paulo - SP - Brasil Por Walter Sá

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Virada Sustentável 2014, 4 dias verdes em SP

São Paulo, a maior cidade da América Latina, conhecida por seus números exorbitantes de pessoas, de carros, de emissão de carbono, de prédios e poluição de um modo geral, também é palco de uma iniciativa pioneira, no Brasil, a Virada Sustentável. Idealizado pelo jornalista André Palhano, tem como objetivo, educar e mobilizar a população para as atividades que podem trazer soluções sustentáveis e ecologicamente corretas, que sejam práticas e viáveis em pequena e grande escala. Envolve todas as esferas da sociedade como órgãos públicos, setores privados, coletivos de cultura e movimentos sociais. 

A ideia surgiu quando André percebeu que haviam muitas iniciativas de pequenos grupos de pessoas em diversos locais da cidade e que essas pessoas não se conheciam, não se integravam e que os projetos se perdiam ou não ganhavam força para se tornarem viáveis à comunidade. A primeira foi em 2011, de lá pra cá o evento cresceu 44% passando de 482 atividades para 695, em 2013.  Atualmente, a programação da Virada traz debates, oficinas, palestras e outras atividades culturais, todas ligadas ao tema da sustentabilidade.

Além da programação normal, há também outras ações que envolvem a participação da população como a revitalização de espaços públicos, localizados na periferia, o cuidado e descarte correto de lixo eletrônico. Vale ressaltar que todas as atividades são gratuitas e abertas ao público.

Para esse ano, as metas são ampliar a visibilidade do evento e garantir maior participação de novos projetos e iniciativas da população.

Slow Food, um prazer da gastronomia sustentável, em São Paulo

O ritmo acelerado das metrópoles, o tempo cada vez mais reduzido, estrangulado por tantas tarefas diárias que nos deixam sem horários definidos para nossas necessidades básicas como uma refeição tranquila, um café da manhã sem pressa ou jantar sem filas de espera, tem sido um motivo constante para deixarmos de encontrar prazer no simples ato de comer. Os fast food, as porções individuais e as redes de lanchonetes invadiram nosso cotidiano, transformando esses momentos que seriam prazerosos, em situações muito triviais e sem nenhum cuidado sensorial em relação ao alimento.

Devido a esse comportamento imposto pela necessidade de se cumprir uma jornada diária cheia de tarefas profissionais, nessa correria desenfreada a qual nos entregamos e os descuidos com alimentação, surgiram doenças, síndromes, novas fobias e graves distúrbios alimentares.

Preocupados com essa onda de excesso de produção de alimentos e principalmente com o desperdício deles, alguns empresários, donos de restaurantes e chefes de cozinha, desenvolveram uma nova maneira de se relacionar com essa cadeia produtiva, a gastronomia sustentável, que tenta aproveitar todos os recursos dentro dos processos de produção dos alimentos, sem agressões ao meio-ambiente, incluindo nesse pacote, o gerenciamento correto da água e o cuidado com o indivíduo também.

Para falar desse conceito e mostrar como é possível se fazer uma gastronomia sustentável, em qualquer lugar, no restaurante ou na sua própria casa, O VDNN foi ao Zym Café, da chef, Cláudia Mattos para ver como isso é possível.

VDNN - Cláudia, o que é exatamente a gastronomia sustentável?

Cláudia Mattos - Bom, quando há interação entre o cozinheiro, chef de cozinha ou dona de casa com o produtor, agricultor, sabendo a procedência dos alimentos, privilegiando a agricultura familiar e sem uso de agrotóxicos, dando prioridade aos produtos da estação, ampliando a possibilidade de uso dos produtos sazonais, gerenciando a utilização dos recursos naturais de modo coerente, evitando os desperdícios desses recursos, podemos dizer que há uma gastronomia sustentável, sem esquecer de uma certa disponibilidade para o ato de comer com calma, tentar interagir com os sentidos, olhar para a comida, ver as cores dos alimentos que estão no prato, sentir seu cheiro, apreciar mais o sabor para saber o que é aquilo, que você está consumindo.

VDNN - Há quanto tempo existe essa prática de gastronomia sustentável?

Cláudia Mattos - Acho que isso é o natural e sempre existiu, penso que houve um movimento contrário, com a industrialização dos alimentos, fomos aos poucos deixando o ritual de lado, as mesas que antes reuniam a família, a comunidade, que fazia as pessoas conviverem mais próximas umas das outras deixou de existir, muito por essa questão do individualismo, do tempo apertado, etc. Mas o início dessa forma com esse rótulo vem desde os anos de 1970, com toda a revolução hippie com os vegetarianos e veganos, com o anti-consumismo e essas novas maneiras de protestar contra esse capitalismo selvagem,  que está aí e que nos deixa cada vez menos atentos a nós mesmos, preocupados apenas em ganhar dinheiro e essa loucura toda. Então, algumas pessoas criaram comunidades alternativas, resolveram criar seus próprios mecanismos de subsistência e na California, nos EUA, surgiram muitos modelos pequenos de fazendas que reuniam essa pessoas que estavam desacelerando e mudando seus estilos de vida. Isso acabou se espalhando por outros continentes como a Europa e aqui, na América do Sul, esse novo estilo de vida veio também ganhando espaço, como no Uruguai, Argentina e de uns 15 anos pra cá, no Brasil, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, onde a imigração foi de europeus, que tradicionalmente já traziam esses hábitos culturais de cultivar a terra, como italianos e alemães.




VDNN - Como você utiliza os recurso hídricos, como é feito o gerenciamento do uso da água no Zym Café?

Claudia Mattos – A gente consegue captar água da chuva, em três momentos, tenho uma horta orgânica, onde faço rcompostagem com resíduos orgânicos, tenho muitas plantas também, então instalei dois reservatórios na parte superior da casa que vai até o fim do terreno com capacidade para 340L cada um, um deles utilizo para regar as plantas e lavar o chão e cozinha da residência, pois moro aqui também, o outro só para plantas e mais um  terceiro, que utilizo na lavagem do restaurante, feito de canos de PVC, com capacidade de 240L. A minha conta de água tem em média uma redução de 20 a 25% nos meses do verão, entre dezembro e março. 







VDNN - Qual o grande diferencial do Zym Café em relação aos outros estabelecimentos semelhantes?

Claudia Mattos - Mais que modismo, a sustentabilidade é real na minha vida, na minha rotina.  Há muitos anos sou ligada às práticas naturistas, não foi uma onda, sempre pratiquei yôga, comi alimentos saudáveis e nunca fiquei pregando que as pessoas tem que mudar de estilo de vida, acho que ser aberto a todos, sem rótulos e mostrar que mudar é uma questão unicamente de escolhas. Escolhi viver assim, rodeada de natureza, ter respeito e saber usufruir dela sem agredí-la. Meus amigos, meu companheiro, meus clientes, a maioria das pessoas com quem me relaciono, é de gente assim, com essa vontade, de estar bem consigo mesmo e com o mundo ao redor. Aqui, além do restaurante, quase todo feito com materiais de descarte como madeira de demolição, temos também outros espaços em cooperativa com outros profissionais como massagem ayuvérdica, consultas com radiostesita, sala de chás e ofurô. O lugar é tomado por muitos pés de frutas e ervas aromáticas, temos um forno à lenha e uma cozinha experimental, onde realizamos cursos e recebemos os amigos. Há uma sala para exposições, encontros ou simplesmente aulas de yôga, alongamento, para armar redes e descansar um pouco. Acho que isso tudo, resume o Zym Café, que procura oferecer essa comida saudável, esse espaço de relaxamento, procuramos fazer desse momento, uma experiência sensorial saborosa, mas com responsabilidade ambiental.












Acredito que a sociedade contemporânea possa, no futuro, colher os frutos de uma nova consciência ambiental, se levar em consideração essas mudanças de atitude. Que se percebermos o valor e a força de sementes como essa, que a chef Cláudia Mattos plantou, possamos ter um futuro menos trágico, nesse cenário de fome que se espalha pelo Mundo. Acredito que as grandes corporações da indústria alimentícia e seus empresários possam encontrar maneiras mais humanizadas de produção de alimentos. E finalmente, que as apostas dessa indústria sejam na agricultura familiar e não no agronegócio, que atualmente configura o grande vilão ambiental, nessa luta pela sobrevivência da espécie humana e de seu habitat, o planeta Terra.

www.zym.com.br/gastronomia



terça-feira, 27 de maio de 2014

ECO HOUSE, um oásis sustentável na cidade

Nossa casa, nosso planeta, que vem mudando há milhões de anos sua configuração, está sofrendo grandes transformações climáticas em regiões muitos diferentes, que antes tinham climas estáveis, gerando com isso, muitas catástrofes naturais, em todos os continentes. As cidades sofrem com as diversidades climáticas e as zonas rurais também passam por complicações relacionadas ao clima e a vegetação com os desmatamentos desgovernados e sem fiscalização dos órgãos competentes. O planeta sempre foi autossustentável, sempre passou por eras de evolução em constantes mudanças climáticas e geológicas. Nós, seres humanos, aprendemos ao longo dessa caminho, como usufruir, mas também como destruir tudo ou quase tudo, que a Terra nos oferece: os recursos naturais, as espécies animais e vegetais. Mas, agora, a Natureza está cobrando a conta desse disleixo  e como consequência, teremos que encontrar soluções práticas e eficazes para tentarmos reverter ou minimizar as agressões e impactos negativos ao meio-ambiente do planeta.

Aqui, no Brasil, no Hemisfério Sul, já podemos perceber claramente, algumas dessas mudanças, como recentemente uma chuva intensa de granizo, que raramente acontece com tal intensidade e a escassez de água em períodos de grandes estiagens, em diversas partes do pais, que paradoxalmente é um país tropical, com estações chuvosas bem definidas e enormes reservas de água potável. Em São Paulo, região sudeste do Brasil, durante o verão, quando as chuvas são quase diárias e intensas, a quantidade de água que caiu em milímetros cúbicos, no início desse ano, entre os meses de janeiro e fevereiro, não foi suficiente para suprir os reservatórios que abastecem a cidade e região metropolitana.

Será que estamos fazendo nossa parte, como deveríamos, para ajudar na preservação ambiental?Será que estamos conseguindo evitar que se agravem os problemas climáticos, nos salvando de tempos mais difíceis no futuro próximo? Fazendo uma pesquisa sobre iniciativas sustentáveis e ecologicamente corretas, na área de arquitetura, fui saber como alguns empresários estão desenvolvendo projetos de construção civil, que levam em conta as questões de preservação ambiental. Nessa busca, o VDNN encontrou uma empresa que vale à pena ser mencionada e seu projeto copiado por empreendedores que pensam em contribuir de forma eficaz e de modo inovador no mercado verde, se destacando no business da sustentabilidade.

O lugar fica em São Paulo, ali, no tradicional bairro de Pinheiros e se chama ECO HOUSE. O proprietário Erick Thomas, idealizador do espaço, conta um pouco para o VDNN como foi para chegar a esse conceito e ser pioneiro, nesse tipo de ambiente, no Brasil.
Erick – Bom, primeiro, desejar ser ecologicamente correto e sustentável, no Brasil, era um sonho que eu já nutria desde lá, no finalzinho dos anos de 1990, quando voltei a me estabelecer novamente em São Paulo, depois de um período morando fora, nos EUA e Europa, onde conheci mais de perto esse conceito de construção sustentável, desde o planejamento do imóvel, passando por escolhas de materiais e tecnologias até a implantação dos processos e funcionalidade dos espaços.

VDNN - O que exatamente é a ECO HOUSE?

Erick – É um edifício verde inteligente, com a missão de se tornar o primeiro restaurante voltado à preservação do meio ambiente, desde a construção à operação do espaço. Considero uma casa capaz de gerar seus insumos, reciclar os seus produtos e gerenciar de maneira eficiente as funções cotidianas e reduzir o impacto negativo, diário no micro e no macro ambiente.

VDNN – Como a ECO HOUSE minimiza esses impactos negativos?

Erick – Minimizamos o uso de recursos naturais, otimizando seus processos de eficiência energética como iluminação natural, telhado verde e lâmpadas de LED, temos eficácia no gerenciamento dos recursos hídricos, criamos um sistema de captação de água pluvial para reuso nas bacias sanitárias, limpeza do piso e manutenção do jardim, fazemos também o gerenciamento de resíduos sólidos por meio de coleta seletiva e dos resíduos orgânicos, fazemos a compostagem, desse modo, incorporando o tripé da sustentabilidade em todas as etapas do projeto.

VDNN – Em termos de economia e redução de gastos, você acredita que essa iniciativa possa se tornar viável para os empresários de um modo geral?

Erick – sim, aposto que daqui a alguns anos, a mentalidade empresarial estará mais em sintonia com essas questões ambientais. Procuro vender o espaço para empresas realizarem seus encontros, conferencias e vídeo conferencias, pois a ECO HOUSE é também um modelo de negócio que esta dando certo. Tenho no primeiro andar um espaço que chamo de “eco lounge” onde o piso absorve o impacto da movimentação das pessoas quando dançam ou simplesmente se deslocam no ambiente, transformando energia cinética em energia elétrica, armazenada em baterias que iluminam o ambiente. Eu gasto em média 50% a menos de recursos naturais do que uma edificação normal. No final do mês isso faz uma enorme diferença nas contas.

VDNN – Como o público responde ao espaço, há uma troca positiva?

Erick – Sim, acredito na transparência nessa relação, a partir do momento que se cria um ambiente saudável do ponto de vista da diversão, da alegria, do bem –estar com responsabilidade as pessoas tendem a aceitar com mais facilidades as mudanças, além do que aqui na ECO HOUSE, todas as tecnologias utilizadas no projeto fazem parte do “entretenimento” e são desenvolvidas para o deleite do público e todo esse processo pode ser acompanhado com clareza, diretamente pelas pessoas, por meio do Econômetro, um sistema de monitoramento dos recursos naturais utilizados, no qual é postada e atualizada a redução dos gastos em tempo real, no restaurante.

VDNN – O que é necessário para se tornar um empresário ecologicamente correto e ter lucros nessa empreitada? 

Erick – Basicamente, força de vontade, perseverança e determinação. Gostar da natureza e das pessoas, isso é o mais importante, dinheiro eu consegui sendo uma pessoa determinada a realizar esse projeto, indo atrás de patrocinadores, investidores e acreditando que me tornaria uma pessoa melhor, e que no futuro esse projeto pudesse servir de exemplo para meus filhos e amigos. Para se ter sucesso e lucro, o dia-a-dia dita como você deve agir com as pessoas que estão engajadas no seu sonho, respeitando o próximo e tentando ser fiel aos seus princípios. Apesar de ser alto o investimento, os riscos são menores quando você tem uma equipe que acredita em você, no desafio que você tá propondo.

VDNN – Qual a freqüência do restaurante? Há um perfil de público para o lugar?

Erick – A freqüência é ótima e na verdade, não procurei rotular o público e deixo que as pessoas que vêm pela primeira vez à casa se surpreenda com o que vai encontrar, se ela vai voltar? acho que sempre voltam trazendo mais pessoas para conhecerem o lugar, tanto por ser uma grande novidade como pela excelente gastronomia que oferecemos. Aposto muito na boa fama do “boca à boca” e não tenho gastos com publicidade. Quando a pessoa esta disposta a conhecer melhor o conceito da ECO HOUSE, naturalmente ela sai fascinada e comenta sobre o lugar com outras pessoas, isso gera uma rede de novos clientes que vêm por indicação de um amigo, de alguém que ela confia.


VDNN – Qual o grande desafio, agora que a o projeto está implantado e dando certo?

Erick – Mostrar às pessoas que não precisa parar de fazer aquilo que se gosta para ser ecologicamente correto e sustentável, que essas iniciativas podem ter ótima repercussão no dia-a-dia das pessoas sem que elas modifiquem tanto sua maneira de ser. Estamos também criando uma escola gourmet com a ONG Ação Comunitária, para jovens de Campo Limpo, aqui na periferia de São Paulo. O objetivo é formar esses jovens mostrando que há possibilidades de uma vida com qualidade dentro da realidade que eles vivem, com aulas de gastronomia, economia familiar, cidadania e o quanto é importante ter uma vida pautada nesses valores como honestidade, respeito ao próximo e preservando o meio-ambiente.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

SP-Ecoera Desfiles #3 edição

Desfile realizado no SP-ecoera, evento idealizado pela empresária Chiara Gadaleta, com a finalidade de apresentar novas propostas no segmento Moda e Sustentabilidade. Marcas participantes:Senhora Galante, Vuelo, Gustavo Silvestre, Karla Girotto, Puket, Será o Benedito, Flavia Aranha e acervos de brechós

terça-feira, 8 de abril de 2014

moda x sustentabilidade

Sustentabilidade é o tema da vez. Em vários segmentos de mercado essa palavra vem sendo empregada para definir ações e perfis de empresas e negócios, que visam causar menos impacto negativo ao meio-ambiente. Entre os setores que se destacam com projetos inovadores, que se propõem a trabalhar o conceito da sustentabilidade na cadeia produtiva,  e que de fato, têm preocupação com o uso correto dos recursos naturais, é a moda. è ainda um nicho de mercado relativamente jovem da indústria brasileira, mas que tem espalhado boas sementes de conscientização ambiental. Exemplos de empresas do setores têxtil como PUKET e de calçados como a marca VERT são uma prova de que a exigência do consumidor e uma certa "boa intenção" do setor privado, a moda sustentável pode se tornar uma potencial forma de "economia verde", que traga a médio e longo prazo, alguma mudança positiva em relação ao consumo desenfreado de roupas e sapatos.
Paralelamente à grande indústria, há também iniciativas de grupos de pequenos empresários da moda que já fazem a sua parte e que tentam mostrar como é possível com um trabalho lento, educativo e progressivo, fazer a diferença com atitudes simples e eficazes. Para falar um pouco desse assunto, de como moda e sustentabilidade podem andar juntas, falei com a empresária Chiara Gadaleta, responsável pelo SP-Ecoera, evento criado por ela para tratar do tema moda e sustentabilidade, no qual reúne duas vezes ao ano, marcas desse setor com projetos efetivamente sustentáveis realizados de forma ecologicamente correta.

VDNN- Chiara, como foi que começou esse interesse por moda sustentável e ecologicamente correta?

Chiara  Gadaleta-  Comecei a me envolver com esse tema quando acreditei que a moda podia contribuir para sustentabilidade, para a preservação do meio ambiente, sabe? Que podia emprestar todo o glamour desse universo e que está no imaginário das pessoas, para dar visibilidade às questões ambientais.


VDNN- Há quanto tempo você está envolvida com essa luta para fazer desse segmento uma realidade?

Chiara Gadaleta - Há dez anos atrás, quando eu percebi que a moda não estava andando junto com as questões sócio-ambientais, ela não estava se preocupando com as questões mundiais, tão importantes como desperdício de energia, consumo consciente de água, etc, a moda no Brasil não conversava com isso. Então me vi fascinada pelo tema e incentivada a buscar soluções e informações sobre quem estava pesquisando e de algum modo, tratando desse assunto com objetividade. Vi que em em alguns países da Europa como Inglaterra, Holanda, Alemanha, nos EUA também, isso já era um tema tratado com seriedade há quase trinta anos e aqui, no Brasil, ainda não tínhamos nenhum incentivo em relação a esse setor da moda ecologicamente correta.

VDNN- De um modo prático e visível para o publico consumidor, de que maneira a moda pode contribuir para preservar o meio-ambiente?

Chiara Gadaleta- Podemos dizer que essa moda ecologicamente correta atua nos mesmos pilares da sustentabilidade, a ecologia, a economia e o social, ou seja, a marca, ela tem que se preocupar em impactar menos negativamente o meio-ambiente, diminuindo seus desperdícios de energia e água, reciclando o lixo, plantando árvores, não poluindo rios e mananciais. No social se preocupar com o capital humano, com a comunidade, a cidade ou vilarejo, onde aquele projeto se instala ou extrai seus recursos como matéria-prima e mão-de-obra e também que seja economicamente viável, para poder gerar lucros que possam ser divididos, de um modo, que todos os envolvidos no processo, tenham seu valor reconhecido. Somente assim,  podemos dizer que é moda sustentável.

VDNN- Quais marcas desse segmento você daria como exemplos de moda sustentável?

Chiara Gadaleta - A VERT, marca de tênis. Muito interessante o trabalho que essa marca francesa faz aqui no Brasil, eles mantêm parcerias com algumas cooperativas de extrativismo e plantio orgânicos. O tênis é todo feito com produtos brasileiros, o látex do Amazonas é produzido em área de extração fiscalizada pelo IBAMA e a venda  não passa por atravessadores, saindo por um preço melhor para os seringueiros, o algodão vem de outra cooperativa no Ceará que planta algodão orgânico e as partes de couro vegetal são produzidas no Sul do Brasil. Outra que posso citar é Gustavo Silvestre, ele é pernambucano mas mora em São Paulo há muitos anos, ele faz croché luxuosos, que viram vestidos e bijoux maravilhosos, o bacana é que no processo do croché você não utiliza água, é agulha e linha, somente.



VDNN- Quando será o próximo SP-Ecoera, qual será o tema discutido durante o evento?

Chiara Gadaleta-  Já estamos na 4ª edição do SP-Ecoera e já discutimos temas como consumo cosnciente, o pós-consumo, o que fazer com seus resíduos, agora os temas são variados e o foco é o real papel da moda no dia-a-dia, aqui no Brasil e como ela pode ser usada a nosso favor, a moda sem esteriótipos e acontece nos dias 23 e 24/05 no Museu  A Casa, no Bairro de Pinheiros.


Abaixo o link para a entrevista que fiz com a Chiara Gadaleta, o Prof. Ivan Bismara, coordenador do curso de moda da FAAP ( Fundação Armando Alvares Penteado) Ananda Boschilia, importadora da marca ALVA de cosméticos orgânicos para a Rádio Uninove.
https://soundcloud.com/waltercunha/sets/moda-x-sustentabilidade/s-eXynD

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Walter Cunha, jornalista, artista plástico, produtor de moda, assessor de imprensa e agora blogueiro também.